A Barraca estreia hoje a peça O Príncipe de Spandau, “uma ficção provocatória e absurda sobre a vida de Rudolph Hess”, desde o julgamento de Nuremberga até à sua morte/suicídio na prisão, protagonizada por Gil Filipe.
“Escrito em 1987 por Hélder Mateus da Costa, o texto revelou-se premonitório – antecipando o regresso das tendências racistas, o ódio contra imigrantes e refugiados, despotismos e extremismos políticos”, adianta a Companhia Teatral em comunicado.
Na sua cela em Spandau, o número dois do III Reich imagina-se num Quartel-General onde, como representante de Hitler, dirige a política mundial. Isolado na sua loucura, envia telegramas para ditadores, chefes militares e polícias de todo o mundo. Julga-se um príncipe encantado, com visões apocalípticas sobre o regresso do Führer e a sua vitória definitiva.
“No actual contexto mundial, esta peça de Hélder Mateus da Costa ganha especial pertinência e convoca o público para a urgência do debate sobre a expansão dos movimentos de extrema-direita. Será que a Arte que antecipa o Futuro? Ou antes revela o eclodir do Ovo da Serpente?
“Só quero que esta História – mesmo em farsa – não se repita.” “
Hélder Mateus da costa
O Príncipe de Spandau é da autoria de Hélder Mateus da Costa, com interpretação de Gil Filipe, numa encenação da Barraca.
A peça vai estar em cena na Barraca Teatro Cinearte, em Santos – Lisboa, de 10 a 27 de julho, às quintas e sextas às 19h30; sábado às 21h00; e domingo às 17h00.
Os bilhetes custam 16 euros, e podem ser adquiridos online e no local.
