Estamos a chegar à época das cerejas, pelo menos já se vêem algumas à venda, e é por esta época que se dizia ter nascido Amália Rebordão, em 1920, aponta-se o mês de julho, o dia 23 ? Talvez … mas Amália escolheu o dia 1, e é nessa data que se assinala o aniversário da artista, nascida em Lisboa. Faleceu a 6 de outubro de 1999, fará este ano 25 anos, e é para homenagear Amália, rebaptizada de Rodrigues, e dar a conhecer a sua personagem, vida e obra, às novas gerações e aos que vêm de fora, que surge esta nova exposição: Ah, Amália – Living Experience.
Desde que Amália morreu muitas homenagens e exposições já se fizeram, mas nenhuma como esta. Esta é uma exposição diferente, moderna, imersiva, assente na tecnologia, nas sensações, que apela aos sentidos, de forma a chegar às emoções.
A mostra está instalada num dos centenários armazéns do Poço do Bispo, adaptado para o efeito, ocupa 700m2, e apresenta 8 salas, todas elas diferentes.
O percurso começa com a biografia de Amália, explicada cronologicamente, de 1928 a 1994, com destaque para alguns dos momentos mais marcantes da vida da fadista, cidades onde atuou pelo mundo fora, acompanhado de “O Fado Amália”, na voz da própria.
Passamos à segunda sala – Tudo Isto É Fado, onde ficamos a conhecer a passagem da fadista pela rádio, pelo cinema, as casas de fado, os discos, os seus guitarristas, os seus poemas e os seus compositores, de que se destaca Alain Oulman. Também nesta sala, a classificação do FADO como Património Imaterial da Humanidade é destacada.
O Fado começou para
mim como uma cantiga
e acabou por ser uma
forma de vida com que me identifiquei. Uma
estranha forma de vida
A sala seguinte é uma das primeiras surpresas desta mostra, uma sala imersiva – 360º, onde tudo se mexe à nossa volta. Aqui ficamos a conhecer um pouco melhor da vida e da carreira de Amália, enquanto vemos os seus lugares e ouvimos os seus fados, ao longo de 12 minutos. Um mergulho nesta “Estranha Forma de Vida”.
Passamos à Sala das Cerejas, uma zona de homenagem à época em que Amália nasceu, o local ideal para tirar as selfies da praxe.
A Sala da Realidade Virtual é a paragem que se segue, aqui entramos e mergulhamos em “Amália”, nos seus fados, e um pouco na “sua alma”, para além de nos encantarmos com uma instalação cénica.
Uma zona expositiva, onde podemos apreciar algumas peças de palco de Amália, como vestidos, joias, e outros acessórios, condecorações, acompanham o visitante a um dos pontos altos da visita, um mini concerto de Amália Rodrigues, no Olympia de Paris. Aqui recriada através de um holograma em tamanho real, vê-se e ouve-se a Diva a cantar “Lisboa Antiga” e “Povo Que Lavas No Rio”, quase parece real.
Um momento grandioso para a despedida, deixando-nos com a voz de Amália na cabeça e um sentimento de Saudade no coração.
Eu sei, meu amorQue nem chegaste a partirPois tudo, em meu redorMe diz qu’estás sempreComigo
A complementar a exposição estão previstas conversas, conferências, concertos, e muito mais, segundo revelou ao CH a diretora da mostra Sofia Moura, que também nos revelou que, a Ah, Amália integra a programação das Comemorações dos 50 Anos do 25 de Abril, afinal Amália era uma grande defensora da Liberdade.
Ah, Amália – Living Experience abre hoje ao público e vai ficar patente até 1 de maio de 2027 no 8 Marvila | Abel Pereira da Fonseca, no Poço do Bispo. A exposição pode ser visitada todos os dias, das 11h00 às 20h00 (sendo as últimas entradas às 19h00).
Os bilhetes podem ser adquiridos no local e no site, e custam 20 euros o bilhete geral, havendo descontos para algumas modalidades, e ainda a possibilidade de adquirir um bilhete conjunto para visitar a Casa de Amália – em São Bento (no local, segundo nos explicou o responsável da Fundação Amália Rodrigues parceira nesta exposição)
