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Balas E Purpurinas – Uma Viagem Musical Pelo Festival Da Eurovisão

Reportagem de Elsa Furtado (Texto e Fotos)

Em pleno Dia Mundial do Teatro e em período de contagem decrescente para o Festival da Eurovisão, a Art Feist apresenta o espetáculo Balas e Purpurinas – O Lado B da Eurovision, que nos conduz numa viagem musical (e não só) pela história do certame musical.

Numa altura em que o mundo passa por várias convulsões e provações, algumas inesperadas, e em que a Europa tem que estar mais unida do que nunca, a dupla Henrique Feist e Nuno Feist trazem-nos um espetáculo que fala sobre a história do Festival da Eurovisão, mas também sobre o papel que a música e o certame, desempenharam ao longo destes 69 anos.

Com este espetáculo ficamos a conhecer e compreender um pouco melhor os meandros do festival, que muitos consideram de fútil, superficial e até ultrapassado.

Com um elenco de 4 grandes artistas, donos de excelentes qualidades musicais, e acompanhados ao vivo por brilhantes músicos, entre eles Nuno Feist, que também dirige. Henrique Feist, Valter Mira, Catarina Clau e Filipa Azevedo – todos eles participantes em Festivais da Canção – conseguem prender e entusiasmar o público durante cerca de uma hora e meia.

O espetáculo começa com uma viagem “na máquina do tempo”, da atualidade até aos idos anos 50, altura em que um conjunto de “burocratas” e não só, achou que seria boa ideia criar um evento que unisse a Europa, e em que os diversos países pudessem participar, e foi assim, que em 1956, aconteceu o primeiro Festival Eurovisão da Canção, em Lugano na Suíça, país que venceu a primeira edição.

A viagem musical segue, e vamos acompanhando através das canções vencedoras das várias edições, as mudanças na Europa e no mundo, os interesses e manipulações,  cedências políticas, e as tentativas de paz frustradas, mas sempre, sempre em busca pela paz (numa acção diplomática encoberta).

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A participação de Israel, da Turquia, até de Marrocos, dos países de Leste, da Rússia à Ucrânia, as vitórias e derrotas de alguns países, em determinados momentos, tudo tem um duplo significado neste mundo de “Plumas e Lantejoulas”.

O festival não é um desfile de vaidades musicais, mas um palco de afirmação e contestação política, em que cada música, cada tema, defende uma causa, um movimento, uma ideia.

Um dos exemplos mais flagrantes é talvez o tema “Halleluya”, que Israel levou ao festival em 1979.

Outro caso, mais pacífico, que apelava à União (talvez como o que a Europa precisa neste momento), foi a vitória de “Insieme Unite Europe”, por Toto Cutugno, em 1992.

Dammi una mano e vedrai che voli
L’Europa non è lontana
C’è una canzone italiana per voi
Insieme, unite, unite, Europe

Portugal também teve os seus momentos, a primeira participação foi em 1964, com António Calvário, que interpretou o tema “Oração”; seguiram-se outros, alguns recordados em fundo, outros em palco, como por exemplo, “O Vento Mudou” por Eduardo Nascimento, numa tentativa de Salazar mostrar à Europa que Portugal não era um país racista.

Pelo palco do Eurovisão (e do Estoril) passaram ainda outras estrelas, ou aspirantes a elas. Julio Inglesias em 1968, Célin Dion em 1988 pela Suíça, ou os ABBA com Waterloo em 1974, são alguns dos nomes mais fortes deste vasto firmamento.

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Mas para nós, a nossa estrela maior foi Salvador Sobral, que em 2017 ganhou, com o maior número de votos de sempre, com a canção “Amar Pelos Dois”, da autoria da sua irmã Luísa.

Uma vitória, na opinião do autor e encenador deste espetáculo que se deveu ao facto de a Europa “estar a precisar de silêncio e de uma canção, que fosse apenas isso … Uma Canção“, e foi assim que Portugal ganhou com uma bela Canção, sem mensagens políticas revindicativas ou subentendidas.

Se um dia alguém perguntar por mim
Diz que vivi p’ra te amar
Antes de ti, só existi
Cansado e sem nada pra dar

Meu bem, ouve as minhas preces
Peço que regresses, que me voltes a querer
Eu sei que não se ama sozinho
Talvez, devagarinho, possas voltar a aprender

E é assim, em clima de “paz” e harmonia que termina esta viagem musical, pelos 69 anos do Festival da Eurovisão.

Noite de estreia em grande, ainda com direito a ouvir Filipa Azevedo (e restante elenco e músicos) e o seu “Há Dias Assim”, com que venceu o Festival da Canção em 2010.

Um espetáculo que vale muito a pena ver e ouvir!

Balas E Purpurinas – O Lado B Da Eurovision é para maiores de 18 anos, e vai estar em cena até dia 3 de maio, no Auditório do Casino do Estoril. As sessões vão decorrer às sextas-feiras e aos sábados, às 21h00; e nos domingos dias 13 e 27 de abril, às 17h00.

Os bilhetes podem ser adquiridos online e no local, e custam 18 euros.

A final do Festival da Eurovisão de 2025 vai decorrer no sábado, 17 de maio, em  Basileia, na Suíça.

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