
No festival estiveram presentes várias bandas, a grande maioria ainda pouco conhecidas que apresentaram os seus trabalhos. O público, bastante ecléctico, apesar de ansioso pelos cabeças de cartaz, correspondeu, dançou e cantou ao som dos ritmos mais variados.
Durante quatro dias, no recinto que dispunha de com zonas de acesso livre, foi possível descontrair nas esplanadas e observar as belas margens da calma lagoa durante o dia. À noite abria o espaço do festival e o ambiente mudava. As famílias davam lugar a gente de todas as idades e de todos os estilos. Alguns por curiosidade, outros por estarem de férias na zona, outros ainda atraídos pelo espectáculo. O interesse era grande porque nunca se tinha visto nada assim por estes lados.
Num modelo de festival de preços reduzidos (os bilhetes diários custavam 10 euros e o passe para os 4 dias 25 euros), o objectivo terá sido organizar um evento diferente de todos os outros que decorreram neste fim-de-semana.
Do programa, que começava todos os dias às 9h00 da manhã e se prolongava até as 18h00, faziam parte atividades desportivas para toda a família e que incluía entre outras, caminhadas, corridas, aulas de zumba e baptismo de surf.
Com a abertura das portas às 20h00, as pessoas começavam aos poucos a chegar e as primeiras bandas que começaram a tocar todos os dias às 21h00 não conseguiram sala cheia. A maioria guardou-se todos os dias para mais tarde, para ir ver e ouvir os cabeças de cartaz.
As sonoridades variadas, trouxeram no primeiro dia ao recinto as batidas dos Leaf e Cave Story no palco secundário e Memória de Peixe e Caim no palco principal. A noite acabou de madrugada ao som dos Dj Phill + Eurico Lisboa e MC Fubu .
Sexta-feira tinha guardado uma surpresa pouco desejada. Pouco depois do início dos concertos caiu uma chuvada que fez recolher todos para debaixo dos poucos espaços abrigados disponíveis no festival. Nesta noite actuaram no palco secundário os Horse Head Cutters e os Les Crazy Coconuts. No palco principal a Joana Alegre.
Apesar de ter abrandado, a chuva voltou em força perto da entrada em palco do Richie Campbell, o que fez atrasar o início da sua actuação cerca de uma hora e interromper a atuação dos Born a Loin que só tiveram condições para tocar durante cerca de 15 minutos. Mal a chuva parou e o palco foi limpo de toda a água que caiu, subiu ao palco um Richie Campbell animado que puxou pelo público e ajudou a esquecer as roupas encharcadas. Durante cerca de 1h30 ouviu-se sons de reggae mais antigos misturados com sonoridades mais actuais. Saltar e dançar foi o mote da noite.
Para os que ainda não estavam cansados, puderam dançar até às 06.00 da manhã ao som do DJ Cristian + DJ Diogo Menasso. Festa pela noite fora, até de manhã. Nesta altura já ninguém se lembrava que tinha chovido e aproveita-se o ritmo para exorcizar todos os espíritos da chuva. E resultou porque sábado e domingo foram duas noites de céu estrelado e temperatura amena.
Dia 19 foi o grande dia do festival. De acordo com a organização estiveram presentes cerca de 4.000 pessoas, atraídas pelos Amor Electro que dispensam apresentações. Durante duas horas foi possível dançar e saltar a ouvir uma Marisa em final de gravidez. Ela esteve tão feliz que essa felicidade se espalhou por todos os que estiveram presentes. Um espectáculo cheio de energia, som e cor com um grande sofá forrado a veludo vermelho (não fosse ser necessário descansar) mas o veludo ficou quase intocável pois a energia era muita e a vontade de a partilhar com o público também.
Sábado foi mais um dia de sons variados de bandas portuguesas. O palco secundário foi dos Stone Dead seguidos pelos Sidewalkers e no palco principal actuaram as doce Cupcake, que agarraram o público com o seu ar inocente e uma música ligeira que nos põe a bater com o pé no chão mesmo sem dar conta. A noite acabou já ao nascer do dia. Até às 6h00 da manhã dançou-se ao som dos DJ Nuno Remix+DJ Pedro Diaz+DJ Maddox.
Domingo foi o encerramento do festival, No palco secundário ouviram-se sons pouco conhecidos dos Los Waves e dos João Sei Lá. No palco principal estiveram presentes os Jack Shits.
Foi um final em grande com um José Cid que continua a surpreender com a sua energia e boa disposição. Ele, a sua banda e os convidados colocaram todos a cantar e dançar ao ritmo das músicas conhecidas que todos sabem trautear de cor. Várias gerações dançaram ao som de ritmos mais animados que anunciam um álbum novo álbum que chegará em breve ou abraçaram-se a ouvir velhos êxitos como “A Cabana”.
José Cid encantou com a sua simplicidade e boa disposição. Contou uma nova versão do capuchinho vermelho e cantou a versão do lobo mau. O domingo acabou tarde mas mesmo os que iam trabalhar no dia seguinte não deram por desperdiçado o tempo do espectáculo. Depois de se despedir voltou ao palco pois o público não arredava pé. Cantou de novo, desta vez acompanhado, e pediu desculpas por não poder ficar mais tempo. Tão próximo de todos que desarmou qualquer resistência de públicos mais difíceis.
Um conceito novo na pacata vila da Foz do Arelho, com um cartaz em que a maior parte dos artistas era pouco conhecido. Era fácil circular no recinto, que nunca encheu, possivelmente devido ao cartaz e ao invulgar número de festivais que decorreram de norte a sul de Portugal nestes últimos dias.
Um dos pontos positivos deste festival foi que se procurou ir para além da música. A dinamização cultural, a prática desportiva, a consciência ambiental e o apoio social eram objectivos desta iniciativa.
Dar palco a vozes pouco conhecidas e aos artistas portugueses é outro objectivo que é necessário destacar.