
Antes da abertura do recinto torna-se obrigatória uma visita aos lugares da História que circundam Vilar de Mouros. Caminha obrigatória, Vila Nova de Cerveira imperdível, Covas, a descobrir.
Covas é, aliás, um achado. Nas fraldas da Serra d’Arga, a Adega do Lagar surge como um oásis ao estafado viajante, cansado das curvas e contracurvas da velhinha estrada nacional. No espaço rústico, carregado de objectos que lembram tempos imemoriais, fotos a preto e branco, meadas de linho de rocas de fiar, canecas e garrafas (algumas quase centenárias), a comida é apenas um pretexto para tempos bem passados. E recordar histórias de outros comensais, bem mais famosos, que por lá passam, bem conhecidos do panorama político e cultural do nosso País.
De Vila Nova de Cerveira, por estes dias transformada numa enorme instalação artística, um passeio pelas históricas ruas, proporciona novas descobertas a cada olhar. As cores e as formas enchem os sentidos.
Não perdemos tempo. É tempo de voltar a Vilar de Mouros. Aqui o peso da História faz-se sentir. História dos festivais.
As referências às edições passadas são uma constante, camisolas das edições anteriores também. Dos artistas ao público anónimo o orgulho de ter participado no Festival de Vilar de Mouros, por vezes desde a primeira edição, é notório.
No regresso, Vilar de Mouros vive um crescendo de forma. Nos primeiros dias era nítida a timidez do público e da organização. A expectativa era enorme. E cumpriu-se. O Festival decorreu em crescendo constante, com o público a ocorrer cada vez em maior número e nem a chuva que por estes dias decidiu fazer uma visita, impediu a festa.
Quero saber quem sabe o que é o Funk?
Pedro Abrunhosa levou ao rubro, ontem, o público presente no Festival Vilar de Mouros. O artista encerrou com chave de ouro este segundo dia. Numa noite toda ela marcada pela presença de grandes bandas em palco.
Empenhado em ressuscitar o espírito dos festivais, Abrunhosa interpelava com frequência o público, alternando os ritmos fortes com um tom mais intimista.
Apostado em marcar a diferença começou por convidar fotógrafos e todos os fãs que o desejassem a subir ao palco e cantar com ele alguns dos seus sucessos. Um repto aceite de imediato e que encheu de alegria o espaço habitualmente reservado aos artistas.
Um concerto electrizante, onde a chuva mais do que uma contrariedade foi um bálsamo, segundo o espírito deste mítico festival.
Reportagem de Carlos Silva Fotos de Patrícia Estrela