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Noite Quente De Super Bock Super Rock Com The Temper Trap, The National E Disclosure

Reportagem de António Silva, Pedro Fonseca e Tânia Fernandes

A música regressou ontem ao centro de Lisboa, com a abertura de portas do Festival Super Bock Super Rock. Uma noite quente em que se destaca a atuação enérgica dos The Temper Trap, a celebração com os The National e a festa promovida pelos Disclosure.

Com todos os palcos em plena atividade, coube aos australianos The Temper Trap as honras de abertura do palco principal, o palco SuperBock. Com uma energia que parece ser inesgotável, a banda abriu o concerto com a nova “Thick as Thieves”, música que também dá nome ao último álbum,  para logo agarrarem o público com os sucessos “Love Lost” e “Down River”. O concerto desenrolou-se ao longo dos três álbuns editados pela banda.  Com a energia contagiante do vocalista Dougy Mandagi nas batidas de “Drum Song” a passar para o público, este fez questão de agradecer o apoio e de dar os parabéns a todos pela vitória no Euro2016. Com a atuação sempre em crescendo, finalizaram com o single que os tornou mundialmente conhecidos, “Sweet Disposition” que aqueceu o muito público que ia entrando no Meo Arena para guardar lugar para os senhores que se seguiam.

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Os muito aguardados The National, verdadeiros cabeças de cartaz do primeiro dia do 22º SBSR, fizeram as delícias de todos. Com Matt Berninger e o seu tradicional semblante carregado em palco, curvado sobre o microfone de forma a fazer sair aquele timbre de voz inconfundível e imperial.  Com um inicio fulgurante com “Don’t Swalow the Cap” e “I Should Leave the Salt”, músicas do último álbum Trouble Will Find Me (2013), os The National foram passando pela discografia bem conhecida do público presente, tal a forma entusiástica como acompanhavam a banda a cantar. Matt Berninger recordou os bons momentos vividos em anteriores concertos em Portugal e diz, sempre a ajeitar os longos cabelos por forma a admirar o público, como é bom estar de volta.

Com 15 anos de carreira, o concerto foi percorrendo os diversos álbuns da banda americana através de “This is the Last Time” ou “Pink Rabbits”. Até que chegam alguns dos momentos de maior êxtase. O clássico “Fake Empire” faz pular das cadeiras o muito público também presente nas bancadas do Meo Arena. Em “Mr November” as palmas do público acompanham-na do inicio ao fim, e os gritos chegam a sobrepor-se aos gritos do próprio Matt, tornando público e banda num só. E Matt, não podia encontrar melhor forma de ilustrar este sentimento de união, de comunhão entre todos os que marcaram presença, se não com “Vanderlyle Crybaby Geeks”. Descendo novamente para a plateia, onde já tinha estado para preocupação dos seguranças, fica empoleirado no gradeamento por alguns segundos e deixa-se levar para os braços dos fãs, deitando-se sobre estes, entregando-se e confiando nas suas mãos, na sua força e energia, abraçando de forma colectiva todos os que fazem dos The National um fenómeno à escala planetária. E esta noite, voltaram a mostrar que o são.

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Ainda que The National tenha sido uma das bandas mais esperadas da noite, era significativa a afluência ao concerto de Jamie XX, no palco EDP. Certamente, uma opção para quem prefere a eletrónica ao rock. Jamie XX brindou o muito público que preencheu por completo o espaço sob a pala do Pavilhão de Portugal com uma mistura de um concerto e um DJ set. O membro dos The XX não desiludiu, deixando a multidão entusiasmadíssima ao ponto de em uníssono e muito afinados, abandonassem o recinto no final do concerto com o cântico que desde domingo passado se tem ouvido vezes sem conta, e por todo o lado… “E foi o Éder que os fo***!”

No final todos confluíram na direção do Meo Arena para assistir ao concerto dos Disclosure. Um regresso dos irmãos Guy e Howard Lawrence a Portugal, que é sempre bem recebido, desta vez, com o recentemente editado EP Moog for Love para apresentar. O propósito é de por todos a dançar, ainda assim acabam por passar por variados estilos musicais. Começaram com “White Noise”, um tema de Settle e depois de “Fool For You” tiveram de interromper inesperadamente a festa devido a problemas técnicos. Pedem de forma educada desculpa, retiram-se do palco mas regressaram minutos depois para continuar uma atuação que fez vibrar o público.

Contaram com a participação especial de Kwabs, músico que irá atuar esta sexta-feira, no tema “Willing & Able” e, mais tarde, o cantor e compositor americano Brendan Reilly em “Moving Mountains”. Para o final, ficou o mega-exito “Latch” gravado com Sam Smith, dançado até mais não.

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Antes, já haviam passado pelo palco EDP o projecto one-woman-band da leiriense Surma, uma participação que surge no âmbito da parceria com a Plataforma Tradiio e que trouxe uma sonoridade exótica. A música continuou com Lucius, o quinteto indie pop oriundo de Brooklyn, onde se destacam Jess Wolfe e Holly Laessig, num uníssono de vozes e de caracterização.

Seguiram-se os irlandeses Villagers que traziam na bagagem o último trabalho Darling Arithmetic. Trouxeram ao palco EDP uma combinação de folk com pop e música alternativa em que não faltou uma harpa, com a qual nos transportaram para as sonoridades mais idílicas da Irlanda.

Com a noite a cair, influenciado por nomes como Neil Young ou Bruce Springsteen, o americano Kurt Vile mostrou as razões pelas quais o seu último registo b’lieve I’m going down… é considerado por muitos como um dos melhores discos de 2015.

O Palco Antena 3, dedicado como é costume a bandas portuguesas, contou desde cedo com uma boa moldura humana na escadaria exterior do Meo Arena. O ligeiro atraso no inicio dos concertos não impediu que brilhassem neste palco Alex ReinBenjamim e sobretudo Peixe: Avião, que apresentavam ao público o mais recente trabalho Peso Morto e acima de todos o muitas vezes irónico e irreverente Samuel Úria.

Esta sexta-feira o 22º SBSR volta a brindar-nos com um cartaz muito atractivo, com Mac Demarco, Rhye, Bloc Party, os muito aguardados Iggy Pop e Massive Attack com Young Fathers, e ainda os portugueses Capitão Fausto, entre outros. Ainda há bilhetes à venda nos locais habituais e custam 50 euros.

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