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Pedro Abrunhosa Ilumina De Música O Campo Pequeno

Reportagem de António Silva (fotografia) e Tânia Fernandes (texto)

Pedro Abrunhosa

Um palco repleto de músicos, esta sexta-feira, no Campo Pequeno, em Lisboa. Além dos Comité Caviar, a banda que o costuma acompanhar, Pedro Abrunhosa trouxe, para esta série de concertos a Orquestra Clássica do Sul, a cantora Carolina Deslandes, a fadista Sara Correia e o acordeonista João Barradas. A noite iluminou-se de música.

Cinco minutos antes do início do concerto, uma salva de palmas ganhou dimensão, entre o público. Uma reação espontânea à entrada, no recinto, do Presidente da República Portuguesa. Marcelo Rebelo de Sousa, não fazia parte do alinhamento oficial mas, inadvertidamente, acabou por fazer parte do espetáculo. Às 21h45 os músicos da Orquestra Clássica do Sul começaram a tomar os seus lugares e Pedro Abrunhosa abriu a noite com “A.M.O.R.”.

A noite era de apresentação de novos temas, de um disco em que está a trabalhar, mas como o próprio referiu, “ainda não tem nome”. Revela que nos tempos mais recentes o processo criativo inverteu-se. “Antes, definia o nome do disco e depois compunha os temas”. Agora, enche salas de espetáculo com novas músicas, mas ainda não escolheu o rótulo.

Eram poucas as cadeiras da sala, por ocupar. Não fossem as máscaras a cobrir os rostos e quase se respirava uma ansiada normalidade. Foi uma noite de emoções, conduzida pelo grande mestre de espetáculos Pedro Abrunhosa. À semelhança de outros concertos a que já tivemos oportunidade de assistir, sempre a surpreender!

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A primeira novidade foi “Que O Amor Te Salve Nesta Noite Escura”, apresentada em forma de dueto, com Sara Correia. Uma canção lançada no início do mês, tal como o próprio anunciou, “despida para tempos difíceis. Não fala da guerra. Fala da incrível resistência dos cidadãos, dirigentes e militares ucranianos. Fala da esperança que projetam, pelos atos, sobre todos nós. É desta fibra que se forja um País”.

Já com os Comité Caviar em palco, Pedro Abrunhosa recua a “Momento”, o primeiro período em que se sentiu a vibração do público a completar os refrões do cantor. Os novos temas são também bonitos poemas e o público conheceu-os não só com o acompanhamento da Orquestra em palco – que privilégio! – como em modo karaoke, com as letras projetadas no ecrã de fundo. “Será”, “Fica Comigo Que a Note é Perto”, “Leva-me P’ra Casa”, “É Sempre Escuro Antes de Amanhecer” e “Glória Aos Vencidos por Amor”. Carolina Deslandes, Sara Correia e João Barradas no acordeão abrilhantaram esta primeira parte do concerto. Pelo meio, Pedro Abrunhosa cumprimenta Lisboa, agradece a presença do público e o gesto de terem comprado o bilhete, naquilo que ele considera ser uma homenagem à cultura. Sublinha “a Cultura é a nossa soberana”.

A pandemia que tanto impactou a atividade dos músicos e a guerra da Ucrânia foram temas recorrentes ao longo da noite.

Depois de apresentados os novos temas, como é habitual nos concertos de Pedro Abrunhosa, foi sempre a surpreender até ao final. Novos arranjos para temas que o público reconhece só pela letra, ritmos contagiantes que levam as pessoas a sair do lugar para dançar e palavras de ordem, umas mais apaziguadoras, a pedir “paz”, outras mais acutilantes e sugerir “revolta” para situações indignas.

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“É Preciso Ter Calma”, entrou em jeito de poema recitado, carregado de força. “Se eu Fosse Um Dia o Teu Olhar” levou outra vez o público a unir-se em coro e “Vem Ter Comigo aos Aliados” trouxe a identidade nacional para a música. “Portugal é um país diverso mas uno. Esta é uma canção que celebra as praças um pouco por todo o país, onde encontramos a celebração e a amizade”. A meio das músicas, as luzes vão-se acendendo e iluminam o público, reforçando a ideia de que todos fazem parte deste espetáculo.

Depois de “Fazer o Que Ainda Não Foi Feito” e “Não Desistas de Mim”, o palco ficou por conta da Orquestra Clássica do Sul, que interpretou “Stacatto Brilhante” do compositor português Joly Braga Santos.

Pedro Abrunhosa regressa ao palco com um novo casaco e dá tudo com uma versão bem batida de “Não Posso Mais”. Até ao final, em cada tema, há espaço para solos dos músicos dos Comité Caviar. Em “Acima & Abaixo” chega mesmo a tirar todos os músicos do lugar e põe-nos a dançar na frente de palco.

O concerto contou também com os momentos mais calmos, em que o público baloiçou as luzes dos telemóveis ao som de “Para os Braços da Minha Mãe” e “Ilumina-me”. Nesta última, em que as duas cantoras convidadas se juntaram, o recinto chegou a ficar só iluminado pelos pontinhos de luz.

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Para o encore guardou “Eu Não sei Quem Te Perdeu”, “Socorro” (à qual acrescentou um agitar de ancas de “Stayin’ Alive” dos Bee Gees), “Lua” (em que desceu à plateia e veio até às bancadas, cantar junto do público) e “Tudo o Que Eu te Dou” em que, mais uma vez, chamou Carolina Deslandes e Sara Correia ao palco.

Foi uma noite de celebração da música em que Pedro Abrunhosa quis reforçar uma mensagem “paz”, que fez questão de deixar projetada, no ecrã de fundo, no final do concerto.

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