A programação artística do Teatro Nacional São João para a temporada 2025-2026 já foi anunciada e conta com 31 espetáculos divididos entre os palcos do TNSJ e do Teatro Carlos Aberto.
O TNSJ vai levar à cena Branca de Neve & Outros Dramalhetes, de Robert Walser, num regresso de Nuno Carinhas à encenação das criações do São João. Já em 2026, Victor Hugo Pontes assume a direção de Inventão, um espetáculo que remistura em cena a obra dramática e poética de Manuel António Pina, com música de A Garota Não. A fechar a temporada, o TNSJ leva à cena O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues, uma encenação de Miguel Loureiro com um elenco integralmente brasileiro. Em 2026, o São João recebe Bérénice, de Jean Racine e, ainda, Buchettino, com encenação de Chiara Guidi.
O TNSJ conta com um programa especial para celebrar os 80 anos de Ricardo Pais, denominado de RP 80. De 16 a 19 de outubro, RP 80 apresenta a reposição de Turismo Infinito e de al mada nada, o lançamento de Despesas de Representação: Ditos e Escritos (1975-2025), livro que colige textos e entrevistas do encenador, e a realização de Estúdio 7, workshop dirigido a jovens atores.
Em novembro, o São João estreia 3 novas produções próprias. Nuno Carinhas regressa ao Teatro Nacional São João para encenar Branca de Neve & Outros Dramalhetes. De 20 de novembro a 14 de dezembro, há dois filmes inspirados na obra literária de Robert Walser para ver nos dois lados da Praça da Batalha, num ciclo denominado O Teatro Vai ao Cinema, O Cinema Vai ao Teatro, que marca o início de uma colaboração entre o TNSJ e o Batalha Centro de Cinema.
Nesta temporada, o TNSJ dá corpo às palavras de dois escritores e jornalistas: o portuense Manuel António Pina, com Inventão, título provisório, que estará em cena de 12 de março a 12 de abril, e o brasileiro Nelson Rodrigues, que apresenta a peça brasileira O Beijo no Asfalto (1960), encenada por Miguel Loureiro, e em cena de 18 de junho a 5 de julho, fechando a temporada no Teatro São João.
A abrir a nova programação, entre 2 e 5 de outubro, o Teatro São João recebe um espetáculo vindo do Brasil, nunca apresentado na Europa: Língua Brasileira. De França, Sentinelles, com texto, encenação e cenografia de Jean-François Sivadier, chega ao palco do São João no próximo ano, entre 15 e 17 de janeiro. Entre 17 e 19 de abril, com Bérénice, o São João testemunha o encontro de dois “monstros” do teatro europeu: Romeo Castellucci e Isabelle Huppert.
A programação internacional do TNSJ culmina com Buchettino, de Chiara Guidi, que está em cena no Teatro Carlos Alberto de 13 a 17 de maio.
Em 2025-2026, o TNSJ reforça a sua colaboração com companhias de teatro sedeadas na região Norte, especialmente na cidade do Porto. De 18 a 28 de setembro, o Ensemble – Sociedade de Actores, estreia Vermelho, de John Logan, com encenação de Carlos Pimenta.
De 23 a 26 de outubro, é com a companhia lisboeta auéééu que o TNSJ estreia Woyzeck, a partir de Georg Büchner. De 6 a 16 de novembro, Santa Joana dos Matadouros, peça central do repertório de Bertolt Brecht, chega ao Teatro Carlos Alberto com o Teatro da Didascália. De 27 de novembro a 7 de dezembro, a Estrutura leva à cena Titus, uma reinterpretação da obra de William Shakespeare assinada. O ano termina com a estreia de Carne, uma peça da dramaturga e encenadora Raquel S., numa coprodução com a companhia portuense Noitarder, de 18 a 21 de dezembro, no Teatro Carlos Alberto.
Entre janeiro e julho, num registo informal e de improviso, o Teatro da Palmilha Dentada organiza o ciclo de café-teatro Já Não Há Primaveras, a decorrer no Salão Nobre do São João.
Já em 2026, de 22 a 31 de janeiro, Manuel Tur encena a peça Class Enemy, de Nigel Williams, uma coprodução do TNSJ com a 11zero2. Já o Ensemble – Sociedade de Actores volta ao palco do São João, de 12 a 22 de fevereiro, para estrear a peça O Fim, de António Patrício. A última das coproduções do TNSJ em estreia absoluta é com a ASSéDIO Teatro. Isto É um Hitler Genuíno, de Marius von Mayenburg, com encenação de João Cardoso, apresenta-se no palco do TeCA de 16 a 26 de abril. Ao longo da temporada, há ainda outros espetáculos com o selo TNSJ para ver, como Agustinópolis, uma produção do Teatro O Bando com encenação de João Brites, em cena no palco do São João entre 30 de outubro e 2 de novembro.
A programação do Centro Educativo do TNSJ é reforçada esta temporada com mais espetáculos dirigidos a crianças e jovens em idade escolar apresentados no palco do Teatro Carlos Aberto. De destacar as apresentações de Bonecos, nos dias 17 e 18 de outubro; de Um Poeta em Forma de Assim – Visita guiada à cabeça de Alexandre O’Neill, de 5 a 8 de março; e de Hamlet Sou Eu, 18 a 21 de março.
Integra ainda a programação para os públicos infanto-juvenis, a encenação de Maria João Vicente do romance Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco, que regressa ao palco do TeCA de 12 a 22 de fevereiro. Lugares Invisíveis, de Daniela Cruz e Nuno Preto, está também de regresso aos bastidores de 30 de maio a 1 de junho, e a oitava edição de Visitações, o projeto âncora do Centro Educativo, é nesta temporada inspirada pela obra dramática e poética de Manuel António Pina, com direção de Manuel Tur.
A nova temporada do Teatro Nacional São João fica completa com ciclo de concertos MUSICAL-MENTE, onde o Teatro São João recebe um Concerto de Reis, por Pedro Burmester, nos dias 6 e 8 de janeiro. O Dia Mundial do Teatro será assinalado com um Baile de Máscaras no Teatro São João e, a fechar a programação, de 9 a 12 de julho, há ainda um Festival da Voz, organizado pela associação cultural Sonoscopia.
O TNSJ está a promover para o biénio 2025-2027 outros modos de relacionamento com populações marginalizadas ou desfavorecidas. Partindo da obra Memórias do Cárcere de Camilo Castelo Branco, o TNSJ convidou a companhia Terceira Pessoa a desenvolver, a partir de outubro de 2025, um projeto com reclusos do Estabelecimento Prisional de Vale do Sousa a ser apresentado, em 2026, ao público interno do Estabelecimento Prisional e, em 2027, aos públicos do Teatro Nacional São João (Porto) e do Theatro Circo (Braga), coprodutor deste projeto.
Em 2024, o TNSJ começou a realizar atividades e projetos dedicados a pessoas em situação de sem-abrigo, que se encontram alojados nas fachadas do teatro. O objetivo é promover a integração de pessoas em emergência social, tendo sido lançado um convite para 2026 se criar um projeto de palco que envolva pessoas em situação de sem-abrigo.
O TNSJ confiou ao encenador Marco Martins e à sua equipa do Arena Ensemble, um projeto que abrange as milhares de pessoas migrantes, com o objetivo de respeitar as diferentes identidades destas pessoas e construir com elas um universo de ficções que transcendam o horizonte sociológico. Este projeto culminará num espetáculo a apresentar, em 2027, num dos palcos do Teatro Nacional São João.
