Desde pequeno que sempre me transmitiram a ideia que a boleia era algo demasiado arriscado por não ser conveniente seguir viagem com alguém desconhecido. Não sabíamos se essa pessoa nos levaria para onde queríamos e o que faria conosco. No entanto não deixa de ser interessante imaginar como seria viajar de boleia há 30 ou 40 anos atrás com um condutor desconhecido, com a inevitabilidade de termos de adequar o nosso percurso ao ritmo de quem nos conduzisse. Claro que eram outros tempos, em que o tempo (mais lento) rendia e permitia-nos seguir por outro tipo de viagens.
Vem isto a propósito da conta de Instagram @aboleia , cuja autora é também a criadora de um blog homónimo (aboleia.blogspot.com). E o nome está de facto absolutamente adequado, uma vez que ao entrarmos neste universo despretensioso seguimos de boleia aos seus temas sem destino definido. Embora siga uma linha minimalista nas fotografias que publica, a autora não procura que os seus trabalhos correspondam a uma etiqueta o que é extremamente saudável. Tanto que os objetos fotografadas são de uma ampla diversidade. As legendas (em português ou inglês), são curtas e transmitem-nos alguma poesia. Senão vejamos: na primeira imagem que ilustra a crónica, e que nos remete para a forma de um enorme cogumelo (ou será um guarda-chuva?), aponta-nos as nossas infinitas possibilidades na vida. Na segunda fotografia visualizamos um entramado em vidro de um edifício de arquitetura contemporânea, que tem tanto de belo como de claustrofóbico, e a legenda fala-nos precisamente de alguém que tem um sentimento de angústia.
Acresce dizer que o blog da autora (que não se identifica pelo que optamos por manter o anonimato), é um curioso diário que aborda tanto reflexões íntimas como acontecimentos do seu quotidiano que refere num post ser “sobre idiossincrasias e coisas sem particular interesse(…)é meu, das minhas causas e das minhas ideias. e que me permito o luxo de aqui não ter que agradar a ninguém.”.
Num tempo de celebridades instantâneas e frivolidades, espreitar regularmente o blog e a conta de instagram é um saudável momento de arejamento mental.
Por Óscar Enrech Casaleiro – Comunicador cultural desde 1997, atento à atualidade desde sempre.
N.R.: Esta crónica tem periodicidade quinzenal e é da inteira responsabilidade do seu autor
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