
Destaque para Terra de Milagres. Trata-se de romance de estreia sobre a vida de uma aldeia que ficou perdida nos mapas de Portugal. De raízes fortemente portuguesas, os lugares e as personagens de João Felgar remetem o leitor para o universo mágico de Gabriel García Márquez e para a natureza trágico-cómica de Camilo Castelo Branco.
Entre as vidas misteriosas de quatro mulheres e o ambiente místico de um lugar, uma leprosaria ao abandono e uma capela de cristal forrada de vestidos de noiva e pedaços de corpos de cera, emerge uma singular história povoada por personagens e ambientes encantatórios.
Júlia é costureira numa aldeia do interior português. Ao ritmo do pedal da máquina, dedica-se a filosofar sobre a condição feminina e os alçapões que o amor reserva às mulheres. Na mesma aldeia vivem as suas três filhas, educadas entre os discursos apocalípticos da mãe e as novelas cor-de-rosa. Numa noite de temporal o rio invade a aldeia, destrói a ponte que a liga ao resto do mundo, e leva consigo os seis filhos varões de Adelaide, uma das filhas de Júlia. Nessa mesma noite, na antiga leprosaria que existe ali perto, duas velhas assistem a um drama sobre o qual guardam quase duas décadas de silêncio. Quando as águas do rio se acalmam, Luzia de Siracusa, filha de Adelaide, vive os seus primeiros arrebatamentos místicos. Eis o momento dramático que marcará para sempre e de forma inesperada esta Terra de Milagres.
O livro, com 280 páginas, já está à venda com o custo de 14 euros.
O Manuscrito nos Confins do Mundo é o terceiro livro protagonizado pelo mercador de relíquias Ignazio de Toledo. Tal como nos romances anteriores, Marcello Simoni conduz o leitor à Idade Média, a um cenário marcado por estranhos assassinatos e intrigas.
No último volume desta série, o autor manteve a sua preocupação com os factos históricos. Personagens reais e fictícias convivem lado a lado, como Tomás de Aquino, Philippus de Noyon ou o monge Riccardo de San Germano, dando vida a uma história de suspense rica em factos reais.
O livro, com 400 páginas, e tradução de Maria Irene Bigotte de Carvalho está já nas livrarias, com o preço de 17,50 euros.
Outro género completamente diferente, as memórias de Gentil Martins ao longo de sessenta e um anos de Medicina. Ser Bom Aluno Não Chega tem prefácio de Daniel Serão e relata os grandes desafios e emoções da vida de Gentil Martins reunidos pela jornalista Marta F. Reis .
António Gentil Martins separou em 1978 as primeiras gémeas siamesas que sobreviveram em Portugal e foi bastonário da Ordem dos Médicos durante quase uma década. Mas há paixões que duram uma vida inteira e são muitas as histórias que o médico-cirurgião tinha guardado no seu álbum de memórias e que mereciam ser partilhadas.
Neste livro, o cirurgião pediátrico fala das inspirações e lutas que marcaram toda a sua vida, não só enquanto médico. Desde o pai multifacetado que nunca conheceu mas sempre quis imitar aos ensinamentos da mãe, Gentil Martins recupera nestas páginas o legado do avô fundador do IPO, as lembranças da participação nas Olimpíadas de 1960 e as arriscadas cirurgias que conduziu. A família, a relação com Deus, as histórias que viveu com os doentes e as lutas pelo acesso à saúde em Portugal integram igualmente este conjunto de memórias onde perpassa um enorme amor à Medicina e uma imensa humanidade enquanto homem e enquanto médico.
Contém 2 cadernos de extratextos (fotografias e documentos inéditos) e estará à venda por 14 euros.
Texto de Teresa Leal